1 - AS PRIMEIRAS EXPERIENCIAS MINISTERIAIS
|
Inezilo e Rosa Maria decididos a deixar tudo para atender o chamado do Mestre. |
No mês de setembro já tínhamos deixado os nossos trabalhos. O Reitor da Universidade Federal do Pará, Dr. José Silveira Neto, lutou muito para tirar da nossa cabeça o pedido de demissão. Dizia: “Quantos gostariam de ter um emprego como este, você já galgou esta posição, pense no seu futuro não deixe que o fanatismo religioso venha trazer consequências desagradáveis”. Depois que eles viram a nossa convicção, me fizeram outra proposta: “Não vamos dar sua demissão e sim uma licença de dois anos sem vencimento, durante este tempo você poderá voltar quando quiser”. Eu agradeci, porém deixei claro que tinha uma convocação de Deus para um ministério por tempo indeterminado.
|
Os 10 casais de Evangelistas no aeroporto de Belém. O pastor Paulo (centro) ao lado do Pastor Firmino Gouveia, veio pessoalmente para receber os missionário e acompanha-los até Teresina - PI.
Recebi a minha demissão voluntária, carta de elogios e uma medalha de bronze. Naquele mesmo mês, em um vôo da Vasp, às 10 famílias deixaram Belém rumo aos sertões do Piauí, onde a minha esposa e eu vivemos nossas primeiras experiências no campo missionário.
Foram dois anos de grandes experiências com Deus e com a sua obra. Nesse tempo aprendemos a conhecer melhor o nosso querido Jesus. O nosso primeiro campo foi no extremo sul do Estado, Monte Alegre do Piauí, cidade a mais de 1000 kms de Teresina, com uns 15.000 habitantes aproximadamente. Era rodeada por outros povoados, não havia asfalto, água encanada, luz elétrica, etc. As estradas eram muito precárias, o correio vinha em costa de jumento desde a cidadede Bom Jesus. Era uma região muito pobre não obstante ter sido uma região de garimpo. Foi a essa mesma cidade que o Senhor nos enviou para pregar o Evangelho.
No dia em que chegamos ali, acompanhados pelo Pastor Paulo Belisário ( pastor presidente da Igreja Assembléia de Deus em Teresina e presidente da Convenção Estadual), depois de 3 dias de viagem em um pequeno Jeep da Willys, fomos para um modesto alojamento. Descansamos um pouco e quando escureceu fizemos uma iluminação à luz de bateria, em frente ao alojamento. Funcionamos o alto-falante, colocamos alguns hinos de louvor e logo fizemos o convite ao povo do lugar para uma concentração evangelística. Imaginem uma cidade pequena onde nada acontece e o povo quer novidade. Dentro de poucos minutos ali estava uma grande multidão; até o padre da cidade se aproximou para ouvir e saber o que estava acontecendo. Falamos da razão da nossa presença ali, pregamos o Evangelho e ao fazermos o convite, o Senhor, para confirmar a nossa estadia naquela pequena cidade, salvou 100 pessoas, isto é, foi o tanto de pessoas que pudemos anotar.
No dia seguinte, o pastor Paulo e seu companheiro regressaram e nós, a minha esposa e eu, ficamos naquele lugar tão pobre, árido e triste.
Conseguimos uma casa e o salão de culto de uma mesma pessoa. A casa não tinha reboco, o piso era de aterro bruto, o fogão era três pedras no chão, a cama era bem curtinha e ainda por cima com um colchão de folhas de banana seca que fazia um tremendo ruído. Assim começou a nossa primeira prova, mas estávamos felizes. Sabíamos que mesmo naquela pobre barraca o Senhor estava conosco e sabíamos também que aquilo era somente o começo.
A nossa ajuda econômica vinha de Belém para Teresina e de Teresina era enviada a nós. Era o equivalente a um salário mínimo. Dele tínhamos que pagar o aluguel da casa e do salão de culto, o restante seria para nossa manutenção. Por falta de transporte, o correio não chegava e o tão esperado vale postal, claro, não podia chegar. Certa vez, esse problema durou três meses e quem “penou” fomos nós sem receber a nossa ajuda. O povo da cidade pensava que nós ganhávamos muito bem, eles diziam: “ Para vir de onde vocês vieram para este “fim de mundo”, somente por muito dinheiro!”. Os irmãos novos convertidos eram pessoas simples e humildes economicamente, por isso na hora de servir ao Senhor com as ofertas, dificilmente um irmão tinha uma moeda para colocar na salva.
2 - OUTROS MILAGRES ALÉM DA SALVAÇÃO
Deus começou a fazer uma série de milagres naquela pequena cidade além do grande milagre da salvação. Certo dia, não tínhamos absolutamente nada dentro de casa e na noite desse mesmo dia tivemos um grande culto ao ar livre, onde várias pessoas aceitaram a Jesus Cristo. No final da reunião, uma senhora chamou minha esposa e disse: “ Senhora Rosa, a senhora não me conhece, eu sou a esposa do diretor dos Correios e como aqui quase não se encontra nada para se comprar e nós recebemos tudo pelo correio, hoje na hora do almoço senti desejo de trazer-lhes uma “feirinha”; a senhora aceita?” Quando a minha esposa disse sim, ela entrou na casa do vizinho e de lá retirou uma grande cesta completa, não havíamos visto antes tanta fartura naquele lugar.
Outro fato interesante aconteceu depois de ter feito uma viagem de 16 kms na companhia do irmão Zeca Folha. Fomos dirigir um culto na cidade de Gilbués e quando retornamos à casa, por volta das 2 horas da manhã, fomos orar para poder dormir. Naquela oração, sem voz audível para que o irmão que estava também de joelhos orando perto de mim não ouvisse, falei a Deus o seguinte: “Senhor, tu sabes que dentro de casa não tem nem fósforo para acender o fogo no dia seguinte. Tenha misericórdia!”.
No dia seguinte às 8 horas da manhã, quando levantei-me, o irmão Zeca Folha estava encostado em seu cavalo arreado. Ele deveria ter viajado às 7 horas, porém a cada investida que fazia, ouvia uma voz: “Entrega o dinheiro que tens ao pastor”. Ele, emocionado, me disse: “Pastor, não sei se o irmão está necessitanto de dinheiro, porém Deus manda lhe entregar tudo quanto tenho.” Eram dez cruzeiros. Não era muito mas foi o suficiente para suprir aquela necessidade.
3- QUANDO CHEGOU O VELHO AVIÃO DA FAB |
Um dia ouvimos o barulho que há muito não ouvíamos: eram os motores do velho DC-3 da FAB, que sempre que estava em condições, sobrevoava toda aquela região levando provisões, e na medida do possível, atendia àquelas listas tão grandes de pessoas, que às vezes ficavam até6meses esperando a sua oportunidade para fazer uma dessas viagens, pois aquele era o único meio de transporte para vários povoados naquela região. Bem, naquele dia chegou, nesse vôo, uma família para nos visitar. Era o meu con-cunhado, pastor Gabriel Chagas, sua esposa irmã Francisca Ferreira Chagas (repousa no Senhor), irmã de minha esposa e seus primeiros dois filhos, Ismael e Lilian. Eles estavam isolados em uma cidade bem distante(SantaFilomena), sem dinheiro, passando grandes dificuldades e aproveitaram aquele vôo gratuito para estar conosco e de alguma maneira fugir daquela crise. O que eles não sabiam era que nós tambem estávamos na mesma condição.
Eram 8.30 da manhã, nos sentamos à mesa e só tinhamos para oferecer um chá de folhas de abacate adoçado com rapadura e uma tijelinha com um pouco de farinha seca, nada mais. Iniciamos o culto doméstico, cantamos, lemos a palavra de Deus e logo começamos a orar. de repente alguém bateu na porta, era uma menina que estava somente de sainha. Ela com um sorriso, disse: “Isto é pra vocês.” Era um embrulho contendo seis ovos. Eu disse: “Oh, maravilha! Chegou o almoço!” Minha esposa retrucou: “Almoço nada, isto é para o café da manhã”. Cozinhou os ovos e agora tínhamos o que comer com a farinha seca e o chá de folhas de abacate. Depois desta primeira alimentação em grata companhia, cantamos mais um hino e fomos agradecer a Deus pela primeira provisão do dia. antes de terminar a oração, novamente bateram na porta. Desta vez, era a irmã Berenice trazendo o nosso almoço, um frango já preparado! Deveríamos somente levar ao fogo. Assim, a cada dia, Deus supria as nossas necessidades.
|
Para atravessar os rios que cruzavam a estrada, era nescessário tirar a bagagem do carro e carregar no ombro, depois "encaretar" o Jeep para poder atravessar o rio. Emcaretar é primeiro: tirar a correia da ventoina, isolar os cabos do distribuidos e bobina, em seguida colocar uma lona amarrada na frente do carro e passar com a velocidade mais alta possível. Alguns lugares a onda dágua chegava ao meio do parabrisa dianteiro.
|
|
Em um momento de descanso, minha esposa e eu juntamente com o Pastor Paulo Belizário de Carvalho aproveitamos para fazer um lanche. |
4 - O CAVALO ESQUIPADOR E O O BURRO
QUE DEUS AMANSOU!
O dono do cartório da cidade, sr. Santora, cuja esposa já tinha aceitado a Jesus, irmã Berenice, me deu um cavalo para que usasse como meio de transporte. O cavalo era uma beleza, além de manso era um bom “esquipador”, realmente fazia inveja para qualquer pessoa que conhece este tipo de aninal marchador. Com aquele cavalo, minha esposa e eu fizemos muitas viagens evangelizando e ganhando muitas almas para Jesus.
Um belo dia, o sr. Santora chega a mim e diz: “Pastor, eu vou precisar do cavalo, mas lhe dou um burro novo muito bonito em lugar do cavalo”. No dia seguinte, alí estava aquele formoso burro, linda estampa. Naquele mesmo dia eu deveria fazer uma viagem de 12 kms para dirigir um culto. Quando me aproximei do animal pude observar como ele era bravo.Então os vizinhos se aproximaram de mim e disseram: “Pastor, este animal é uma féra, ninguem aqui tem coragem de montar. Ele foi vendido baratíssimo ao Santora porque ninguem pode domá-lo; para colocar a cela é preciso amarrar as suas pernas e a cabeça junto a uma árvore; quando está caminhando por uma estrada e ouve o barulho de um carro ou mesmo de um passarinho que tranquilamente voa, sai em disparada para a caatinga. Por favor, pastor, não aceite este animal. Não monte nele porque pode ser muito perigoso!”
Eram 2 horas da tarde e eu precisava viajar pois os irmãos me esperavam para o culto, não tinha outro meio. O dito Santora já não se encontrava na cidade. De repente, senti como se alguém me dissesse: “O teu Deus é o mesmo de Daniel!” Eu simplesmente repeti estas palavras à minha esposa que estava muito nervosa e preocupada ao lado de alguns vizinhos que rogavam para eu não montar aquele animal: “O meu Deus é o mesmo Deus de Daniel! Assim como Ele amansou aqueles leões, amansará também este animal”. Deus me deu coragem, montei e parti por uma estrada deserta, percorri 12 km. até chegar na casa do irmão Zeca Folha, onde seria o culto. Quando o Zeca viu aquele burro, deu um grito assustado: “Pastor, o senhor é feiticeiro!” Eu fiquei mais assustado que ele. Não sabia o que estava querendo dizer com aquilo mas logo ele explicou: “Este animal vivia, até a semana passada, em uma fazenda aqui ao lado. Nenhum vaqueiro na região tem coragem de montá-lo. Agora você chega aqui e tira a cela desta fera de forma tão normal! Soltei o animal para pastar e no dia seguinte agarrei-o com a maior naturalidade, sendo que antes só era pego no laço. Este foi mais um milagre que todo o povo do lugar tomou conhecimento. Somos gratos a Deus, pelos feitos grandes e pequenos que aconteceram na nossa vida. Glorias a Deus!
5 - A GRANDE SECA NA REGIÃO
Fazia três anos que não chovia naquela região. Tudo estava tão seco! O povo sempre esperava que a chuva chegasse. Naquele ano, o povo tinha plantado milho e outras coisas na esperança da chuva, mas não havia nem sinal. Um dia, eu estava na Igreja com minha esposa, quando chegaram alguns homens, cada um com o seu facão, o famoso “rabo de galo” atravessado na cintura e disseram: “Pastor, nós ouvimos dizer que o senhor ora e acontece milagre, pois então o senhor vai orar agora para que chova, senão a gente vai morrer de fome este ano”. Misericórdia! Falamos primeiramente do poder de Deus e logo fizemos uma oração pedindo chuva. A misericórdia de Deus foi tão grande que ao anoitecer caiu um grande temporal, e choveu vários dias. Em um desses dias chuvosos chegou uma pessoa em casa e nos disse: “Eu soube que está chovendo porque vocês oraram, então vim pedir para que orem para parar de chover porque está inundando o meu roçado de mandioca e cana e vai estragar tudo se a chuva não parar”.Este homem se chamava José (Zezinho). Vendo as maravilhas que o Senhor fizera, aceitou a Jesus como seu Salvador! Glórias ao nosso bom Deus!
6 - O TRABALHO EM BOQUEIRÃO
BOQUEIRÃO ERA UM POVOADO DO MUNICÍPIO DE GILBUÉS QUE DISTAVA 16 KMS DE MONTE ALEGRE. CERTO DIA SENTIMOS A ORIENTAÇÃO DE DEUS PARA VISITAR AQUELE LUGAR; SABÍAMOS QUE NÃO HAVIA NENHUM CONHECIMENTO DO EVANGELHO NAQUELA REGIÃO. ARREAMOS O NOSSO BURRO E NA MESMA CAVALGADURA, MINHA ESPOSA E EU, PARTIMOS PARA AQUELA VIAGEM. TÍNHAMOS QUE PERCORRER CAMINHOS DIFÍCEIS, POR ALGUMAS VEZES NOS PERDEMOS NA CAATINGA; NÃO HAVIA A QUEM PEDIR ALGUMA INFORMAÇÃO, PORÉM DEUS NOS DEU TINO PARA ENCONTRAR O CAMINHO QUE NOS LEVARIA ÀQUELE LUGAR.
QUANDO ESTÁVAMOS NOS APROXIMANDO, JÁ AO ENTARDECER DAQUELE DIA, NOS DEMOS CONTA QUE IRÍAMOS PERNOITAR EM UM LUGAR DESCONHECIDO E NÃO TÍNHAMOS UM CENTAVO NO BOLSO. MINHA ESPOSA COMEÇOU A RECITAR O SALMO 23 E DESSA MANEIRA ENTRAMOS EM BOQUEIRÃO. DEMOS ALGUMAS VOLTAS EM TORNO DA PRAÇA PRINCIPAL; TODO MUNDO NOS OLHAVA COMO QUE QUERENDO SABER DE ONDE VÍNHAMOS E O QUE QUERÍAMOS. PAREI JUNTO A UM JOVEM E LHE PERGUNTEI SE ALI HAVIA ALGUMA IGREJA EVANGÉLICA E ELE ME RESPONDEU: “ ALÍ ESTÁ A IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO.” PUDEMOS OBSERVAR ENTÃO QUE O RAPAZ NÃO SABIA NEM MESMO O QUE SIGNIFICAVA AQUELA PALAVRA. CONTINUAMOS CAMINHANDO SEM RUMO, ATÉ QUE O SENHOR NOS GUIOU ATÉ UMA SENHORA ANCIÃ QUE HÁ VÁRIOS ANOS ATRÁS TINHA ACEITADO A JESUS EM BRASÍLIA, CAPITAL DO PAÍS, QUANDO FOI FAZER UM TRATAMENTO DE SAÚDE. PORÉM, COITADINHA, SEM QUALQUER ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL, CLARO, FUMAVA E BEBIA.
Essa senhora nos recebeu com muita alegria e logo observamos um letreiro que dizia “Pensão da dona Maria”. Ficamos preocupados porque não tínhamos dinheiro para pagar a pensão. Naquele suspense a senhora nos disse que tinha uma pensão. Como dificilmente chegava alguém ali, ela tinha fechado o negócio e acrescentou que deveríamos ficar tranquilos porque não ia nos faltar nada e nem ia cobrar a nossa estadia. Ela mesma tirou a cela do nosso animal e o levou para uma pastagem privada. Quando retornou disse-me: “ O seu animal está muito bem, você vai pagar apenas um cruzeiro pela noite. Pensei: “Meu Deus, onde vou conseguir um cruzeiro?
Minha esposa foi para a cozinha com aquela senhora para ajudar a matar o frango e preparar a janta; eu fiquei na sala lutando com Deus. Comecei a questionar; “ Senhor, quando estava em Belém como funcionário da Universidade nunca me faltou dinheiro no bolso; agora não tenho um cruzeiro para pagar a pastagem deste animal”. Naquele momento senti que uma forte mão tomou a minha e a levou em direção ao bolso da minha camisa onde estava um porta documentos. Tirei do bolso, abri e lá estava aquela nota de um cruzeiro que eu estava precisando, bem nova, como se tivesse saído do Banco Central naquele momento. Comecei a chorar sem poder me conter então, corri para o quintal e ali louvei e agradeci a Deus. Minha esposa me observou de longe, veio ao meu encontro e juntos louvamos ao Senhor. Milagre de Deus! Fazia mais de três meses que não recebíamos nossa ajuda, algumas vezes revirávamos nossas bolsas, livros e bolsos de paletó em busca de uma moeda esquecida e não encontrávamos nada. No momento certo Deus supria todas as nossas necessidades. Aleluia!
7 - O POVOADO CHAMADO LARANJEIRA
Distante 7 kms da cidade de Monte Alegre, era um pequeno povoado que teve o privilégio de ouvir a mensagem gloriosa do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Muitas famílias daquele lugar entregaram-se a Cristo faltando a senhora Joaninha, que era a líder religiosa daquele lugar. Na sua casa havia um grande salão com o oratório cheio de “santos” e todas as semanas havia a famosa ladainha. O problema era que a cada dia ela perdia a clientela, o povo todo estava aceitando a Jesus.
Os irmãos novos convertidos, depois de ouvirem o som de uma corneta feita de chifre de boi, se ajuntavam em um determinado lugar para juntos irem a Igreja. Eles faziam questão de passar na frente da casa da Dona Joaninha cantando um corinho bem alegre. Por sua vez a Dona Joaninha ficava muito brava e durante o tempo em que eles estavam passando, ela ficava batendo no fundo de uma lata para não ouvir o cântico dos crentes.
Certo dia, havia um culto próximo à casa daquela senhora. Minha esposa e eu, montados em um cavalo, paramos à porta de sua casa. Aquela mulher ficou um tanto assustada porém nos recebeu muito bem. Ela estava arrumando o oratório. Eu me aproximei e com respeito àquela senhora, observava o seu trabalho e começei a elogiá-la pelo seu senso religioso. Ela me perguntou se eu acreditava nos santos, eu lhe disse que sim e que a Bíblia estava cheia de palavras de santos. Ela ficou contentissima e me fez outra pergunta: “Mas o senhor acredita em Maria?” Eu lhe confirmei que sim, e mostrei-lhe palavras de Maria na Bíblia: “Fazei tudo quanto ele vos disser”. Conclusão, saímos juntos com aquela senhora para o culto, e na hora do convite foi a primeira que aceitou a Jesus! A irmã Joaninha, depois de liberta da idolatria, da bebida alcoólica e do cachimbo, experimentou o gozo inexplicável da salvação. Em todos os cultos ela estava chorando. Ficou conhecida como a “irmã chorona”.
Certa feita, brincando, eu lhe disse: “Vejo que a irmã chora em todos os cultos, caso esteja arrependida de ser crente, a irmã pode deixar”. Ela me respondeu: “Realmente o meu choro, pastor, é de arrependimento. Porém, de ter perdido tanto tempo cultuando deuses sem vida, batendo no fundo de uma lata para não ouvir os coros que os irmãos cantavam quando passavam em frente à minha casa.”
|
Grupo de irmãos todos novos convertidos em frente ao salão de culto em Monte alegre - PI. A esquerda está o casal de missionários Inezilo e Rosinha. |