quinta-feira, 22 de dezembro de 2011


E’ realmente emocionante compartilhar e reviver momentos tão agradáveis na nossa humilde jornada com Jesus através dos anos.



            Por que surgiu a idéia tão oportuna do pastor Inezilo Cunha contar fatos e acontecimentos ocorridos nos lugares por donde passamos?
            Em primeiro lugar: para que nossos filhos: Kleber, Kelly, Kezia e Kareen nossos genros: Marcelo e André, nossa nora: Aline e nossas netas: Sophia, Antonella e Benjamim tomem conhecimento do que Deus pode realizar através da vida de uma pessoa simples, porém que se entrega nas Suas mãos. Na verdade, o reconhecimento, a honra, a glória não são para o instrumento, mas para o instrumentista: o Senhor Jesus!.
            Em segundo lugar: para toda a nossa brava juventude evangélica que está a cada dia assumindo compromissos com Deus de levar o Evangelho ao mundo. Em alguns seminários onde o pastor Inezilo tem falado sobre missão, sempre surgiu o pedido: Pastor, fale de suas experiências no campo missionário! ‘As vezes, pela exigüidade do tempo nem sempre é possível falar dos milagres, lutas, batalhas e vitórias, como também dos costumes e diferenças culturais.
Através deste blog, não somente os jovens, mas todos os irmãos que têm missão no coração poderão apreciar e glorificar a Deus pelos Seus feitos.
            Pela misericórdia de Deus, sou participante de todos estes momentos  no decorrer destes 42 anos. Uma noite, no início do nosso ministério no sertão do Piauí, o pastor Inezilo teve uma visão de uma mão que escrevia três vezes (DDD) e alguém dizia: Dedicação, Dedicação, Dedicação.
            Em todos estes anos eu tenho aprendido com o meu marido; e juntos queremos passar aos nossos filhos e a todos os jovens que Deus exige de nós dedicação e entrega total.
            A narração de “Histórias e Experiências Missionárias” está aí como “pão quente”. Chegou na hora certa. Leia, aprecie, divulgue e glorifique ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores!

Missionária Rosa Maria de Jesus Ferreira Cunha

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

1º CAPÍTULO




QUINTA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 2010

1- ORIGEM, INFÂNCIA E SALVAÇÃO

“ No pequeno povoado chamado Arraial do Carmo, município de Inhangapi-Pa, no ano de 1942, os jovens Marcionilo Nascimento Cunha e Bonifácia de Oliveira Cunha se conheceram, namoraram e casaram. Ambos de família humilde e bem pobres materialmente. Os recém casados, movidos por estas circunstâncias, tiveram que fazer sua pequena casa aproveitando uma enorme árvore que havia caído bem perto da casa dos pais da moça. A árvore era um piquiazeiro que tinha 2.40m. de espessura. O jovem Marcionilo, muito inteligente, aproveitou para usá-la como parede e comieira, depois baixou a cobertura feita de cavacos e cercou com folhas de palmeiras. Foi nessa humilde casa, bem junto do tronco daquele enorme piquiazeiro, que às 14 horas do dia dois de fevereiro de 1945 nasceu o personagem central desta história.” (Pesquisa feita pela esposa: Missionária Rosa Maria)
Realmente nasci no ano de 1945, no município de Inhangapi (a 17 kms de Castanhal), na época município de Castanhal-Pará. Meus pais, filhos daquele lugar, eram católicos praticantes. Minha mãe, seguindo os costumes familiares  praticava o espiritismo:  incorporava, fazia sessões, adivinhações através de um copo d’água, etc. Quando eu tinha 14 anos de idade nos mudamos para a cidade de Castanhal onde comecei a trabalhar. Em 1960, toda a família, composta de 13 pessoas (sendo 11 filhos), imigrou para Belém , Capital do Estado, em busca de trabalho, de estudos, etc. Lá construímos uma casa na rua João de Deus, nº 167 que ficava à 50 m da casa de uma família crente. A vovó daquela casa, uma anciã de 80 anos, todos os dias batia à nossa porta para falar de Jesus. Porém quando minha mãe via que ela se aproximava se escondia e nós, como obedientes filhos, tínhamos que mentir dizendo que ela não estava em casa. Não demorava muito, alí estava novamente aquela anciã para saber se ela já havia chegado e assim nos deixava sem saída. Durante dois anos a querida e saudosa irmã Joaquina, diariamente e incansavelmente, vinha ao nosso lar para nos apresentar o amigo Jesus!

        2- O DIABO TENTOU VÁRIAS VEZES DESTRUIR A
                     MINHA VIDA DURANTE A INFÂNCIA!

     Claro que ele não sabia, mas certamente desconfiava que Deus tinha um plano, um   propósito para a minha vida e por  esta razão lutou tanto para destruir-me.
    
A - Salvo do afogamento. Quando tinha apenas 4 anos de idade morávamos em Bujaru, uma pequena cidade às margens do rio Guamá. Nossa casa era afastada uns quinhentos metros dos outros vizinhos. Meu pai gerenciava uma fábrica de cerâmicas e por esse motivo ficava uma boa parte do tempo fora. Certa vez minha mãe, minha irmã e eu, estávamos com muita febre já havia três dias e somente o meu pai estava com saúde. Então quando ele chegava providenciava o alimento para nós. No terceiro dia eu amanheci um pouco melhor e, como toda criança, não consegui ficar deitado. Levantei da minha rede e saí devagarinho para não despertar a minha mãe.Como bom aventureiro e curioso, fui brincar perto dopoço d’água que ainda não tinha tampa. Pouco depois minha mãe despertou, procurou por mim e quando viu que não estava na rede, lembrou do  poço e saiu correndo ainda com  febre altíssima. Ao chegar ao local, olhou para dentro do poço com muito temor e me viu flutuando como morto. No seu desespero, lançou-se abaixo. O poço tinha 3 metros de profundidade, 1.40m de água e conseqüentemente, restava 1.60m para cima. Sua primeira iniciativa após atirar-se foi gritar, porém ninguém a ouviu. Logo começou um sobrenatural esforço no sentido de subir conduzindo o filho que ja estava morto. Ela fez buracos nas paredes de um lado e outro conseguindo colocar os pés e escalar até que finalmente pôde jogar-me para fora. Depois subiu e gritou por ajuda. Começaram a chegar pessoas e uma delas colocou-me de cabeça para baixo na esperança de salvar-me. Conta a minha mãe que espeli uma grande quantidade de água. Depois fizeram a respiração artificial e Deus, na sua infinita misericórdia, me trouxe de volta à vida.

B – A fogueira de São Pedro. Chegou a festa junina. Como de costume meu pai, com madeira de tronco de mangueira, fez uma grande fogueira na noite de São Pedro. Aquela fogueira era festa para os meus olhos. Por isso acordei bem cedo e fui olhar o lugar da fogueira. Vi aquele monte de cinza branca, me aproximei, toquei na cinza e vi que estava fria. Pensei que não havia mais fogo. Então, descalço, entrei para o centro da fogueira onde o monte de cinza era maior e não me dei conta de que estava entrando no meio de brasas vivas. Não tive iniciativa de sair. Me abaixei e comecei a gritar. Quando alguém me ouviu e veio socorrer-me, os meus pés estavam totalmente deformados (ainda hoje tenho as marcas nas palmas dos pés e defeitos nos dedos). Voltei a engatinhar durante um ano, depois comecei a andar, porém sem firmeza. Qualquer obstáculo era motivo para uma queda. Foi um processo de quase dois anos para poder me recuperar normalmente.

C - Escapando da Sucuri. Certo dia minha mãe e um grupo de amigas foram tomar banho no rio e decidiram me levar. Chegando lá me recomendou ficar perto da margem juntamente com as outras crianças. Logo depois começaram a nadar, conversar e se distrairam um pouco. Quando a minha mãe se lembrou e me procurou, percebeu que eu estava ficando longe das demais crianças e então me chamou. Como eu não respondia, nadou rapidamente para me alcançar. Ao se aproximar, viu que eu estava envolto por algo muito grande, mas não entendia o que via. Aproximou-se ainda mais e logo pôde ver com clareza a grande sucuri que àquela altura já me sufocava sem que eu pudesse reagir. Minha mãe, num gesto desesperado por não saber como salvar-me, deu um grito tão forte e doloroso que aquela grande sucuri desenrolou-se e num instante desapareceu. O Senhor ouviu o grito desesperado daquela pobre mulher que tentava salvar não somente o seu próprio filho, mas um escolhido de Deus. Louvado seja o Seu nome!

3- MEU ENCONTRO COM JESUS

No ano de 1964, ainda em Belém-Pa, tive o grande privilégio de conhecer e entregar a minha vida  a Jesus.
Em uma bela noite de sábado, saí de casa para ir a uma festa de aniversário. Naquela época, fumava até 3 carteiras de cigarros ao dia, bebia e fazia tudo aquilo que um homem sem o temor de Deus faz. No trajeto que fiz para chegar à festa passei pela Av. Bernardo Sayão. Ao fazê-lo, observei que na casa do sr. Severino, um conhecido, havia uma reunião de “protestantes”,  o tipo de reunião que não me interessava, a não ser o fato de saber da existência de belas jovens ali,diferentes daquelas que conhecia. Parei em frente somente para admirá-las; o assunto que se estava tratando com tanto empenho não tinha o menor interesse para mim. Como ainda estava cedo para chegar na festa, tinha tempo para continuar com a minha curiosidade. Começaram a cantar lindos cânticos de louvor e a harmonia daquelas vozes transmitiam felicidade e exaltação.       
Diácono Clemente de Oliveira
O pregador do dia (Diácono Clemente), falava sobre Atos 16.30,31: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo tu e a tua casa”; aquela pequena frase e aquele louvor começaram a fazer eco no meu coração. De repente esqueci o motivo pelo qual estava ali. Percebi que aquele “engravatado” estava falando comigo, mas não entendia como ele podia saber tudo sobre mim se nem ao menos me conhecia. Não podia entender nem explicar porque me sentia assim. O que estava acontecendo comigo? Então rapidamente me veio a certeza que algo devia fazer, porém eu não sabia o quê. Logo uma daquelas moças se aproximou de mim e com uma voz muito amável e terna disse-me: “Jovem, Jesus te ama e quer te salvar. Venha comigo e entregue a sua vida a Ele”. No momento fiquei paralisado.

Depois, por alguns instantes, tratei de questionar com aquela moça o quão indigno era diante de Deus, mas para cada questionamento ou desculpa minha, ela tinha uma resposta apropriada e a base da Bíblia que me deixavam sem palavras. Não sei explicar como tudo aconteceu. Só sei que eu dizia não, porém Jesus diziaSIM! De repente não estava mais na rua em frente  à casa, mas de joelhos aos pés do Senhor Jesus. Foi o dia mais feliz da minha vida, confesso que não queria que aquela reunião acabasse.

     Depois daquela abençoada reunião voltei para casa.Minha mãe ficou surpresa e perguntou: “ Mas você em casa a esta hora? O que aconteceu?” Então quase sem aguentar tanta alegria que sentia no coração, contei que havia tomado uma grande decisão: havia entregado a minha vida a Jesus e Ele passou a viver dentro de mim. Nesse mesmo momento, com uma profunda raiva por se sentir traída e por tê-la ofendido com minha decisão, minha querida mamãe disse: “Prefiro ter um filho morto do que crente”... Foi um choque para mim, mas enquanto a minha mãe falava aquelas palavras dolorosas, eu ouvia aquela frase ainda mais forte ecoar dentro do meu coração como um bálsamo: “Tu e a tua Casa… a tua casa…a tua casa…”. Comecei a questionar com meu Deus sobre aquela frase… Senhor, mas quando isto vai acontecer? Quando?

4- A CONVERSÃO DE MINHA FAMILIA

Minha irmã, Regina Célia (terceira de uma escala de 11 filhos), aceitou a Jesus sendo ainda servente de minha mãe nas sessões espíritas, o que tornava tudo mais difícil. Era um dia de culto. Minha irmã queria ir à Igreja mas não podia deixar a minha mãe “na mão”, principalmente num “trabalho” de espiritismo com mais de 20 pessoas presentes em busca de alguma ajuda em seu favor. Para não contrariar a minha mãe ela decidiu ficar, porém em oração. Eu fui ao culto e com muita fé pedi à Igreja que orasse pela libertação de minha mãe. Sabe o que aconteceu? Quando cheguei em casa ela estava chorando no quarto e o meu pai muito preocupado disse-me: “Alguma coisa  errada está ocorrendo. Hoje muitas pessoas vieram de longe para receber passe e outros trabalhos.  Os espíritos não “baixaram”, tua mãe não incorporou e passamos uma grande vergonha. Não consigo entender o que aconteceu!” Eu porém louvei a Deus porque sabia que era obra Sua!.

 A obra de libertação daqueles demônios estava consumada. Mas  para minha mãe ir à Igreja ainda havia “caminho” para percorrer. Foi necessário que surgisse um tumor maligno na sua cabeça e ela passasse algumas noites sem dormir, com muita dor e sofrimento. O dia da cirurgia foi marcado com o consentimento da família pois os médicos iam fazer uma aventura. Segundo eles o estado era muito grave; se não operasse, o tumor poderia arrebentar a qualquer momento e seria morte certa. A própria operação não seria fácil e a probabilidade de sair com vida era de apenas 1%. Naqueles momentos de espera e expectativa, aquela mensagem ainda martelava nos meus ouvidos e no meu coração: “Tu e a tua casa”. Me decidí, cheguei diante de minha mãe e disse-lhe: “Isto que está acontecendo é obra do maligno, Jesus te libertou das garras do inimigo e ele está furioso. Se você entregar a tua vida a Jesus hoje, amanhã não haverá mais necessidade de cirurgia porque Jesus vai te curar.”A minha mãe respondeu: “Se este teu Jesus me curar serei uma crente para o resto da minha vida”. Saí correndo para chamar o presbítero José Oscar Skeete. Eram 19horas quando começamos a orar. De repente a minha mãe adormeceu.                          
Acordou somente às 7 horas da manhã do dia seguinte, quando o meu pai a despertou para ir ao hospital internar-se. Então ela disse:      “Já não preciso mais de cirurgia. O Jesus dos crentes me curou! Aleluia!”.
            Fomos ao hospital na companhia do Presbítero José Oscar Skeete, quando o médico avistou a minha mãe disse: A senhora pode morrer a qualquer momento deveria ter chegado na hora certa para ser internada, minha mãe lhe respondeu: “O Jesus dos crentes me curou”. Pedimos ao médico que submetesse a um novo exame, o médico ficou surpreso com o resultado, não conformado a levou para outro laboratório, porém o milagre de Deus  estava confirmado, minha mãe estava completamente curada, o tomor malígno já havia desaparecido!.
Meu pai foi um daqueles pobres coitados que contribuíram muito para o enriquecimento das grandes indústrias de cervejas. Tinha sempre uma ou duas amantes. Contudo, vendo o milagre que Deus fizera na vida de minha mãe, se rendeu a Cristo e assim toda a família. Tudo isso aconteceu no prazo de 60 dias, para honra e glória do Senhor.
“Tu e a tua casa”. Cumpriu-se literalmente a palavra do Senhor!  Jesus disse: “Passarão os céus e a terra porém as minhas palavras jamais passarão” (Mt. 24.35). Aleluia

2º CAPÍTULO




QUINTA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 2010

O COMEÇO DE UMA NOVA VIDA

“E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas antigas ja passaram, eis que tudo se fez novo”(2 Cor. 5.17)
1-    MEUS PRIMEIROS PASSOS NA VIDA CRISTÃ
Congregava na congregação da Condor, Belém-Pa. Dentro de três meses dei o meu primeiro testemunho em um culto de mocidade realizado na congregação de São Lazaro. Lembro-me que falei sobre o versículo que até hoje mexe tanto comigo: Mc. 16.15 “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. Com 6 meses de conversão fui batizado nas águas e cantava no coral da congregação. Com um ano de fé, assumí lideranças juvenis; logo fui separado para auxiliar na congregação de José Bonifácio e também para ser assistente da mocidade naquela Congregação, dirigida pelo amado presbítero Pedro Pereira da Silva. No ano seguinte fui o assistente de jovens no Templo Central  e vice-presidente da UMAD (União da Mocidade da Assembléia de Deus).
2 - MEU CASAMENTO
O que acha uma esposa, acha o bem e alcançou a   benevolência do Senhor
” ( Pv 18.22)

            Naquele período, fiquei noivo e logo me casei exatamente com a pessoa certa, aquela que Deus fez para mim e que foi usada para conduzir-me aos pés de Cristo. Ela se chama Rosa Maria de Jesus Ferreira Cunha. O nosso casamento foi no dia 30/07/66. Quando a conheci estava terminando o seu curso pedagógico porém já exercia a profissão de professora do Esdado e do Município enquanto eu era funcionário da Universidade Federal do Pará,  exercendo  a função de motorista do magnífico  reitor.  Ela  era uma jovem comprometida  com a obra de Deus,  todo  o  seu tempo  livre  dedicava ao Senhor; trabalhava em lideranças juvenis,  cantava no Coral  da  Congregação e no Coral do Templo Central, era professora da Escola Dominical, trabalhava como visitadora,  fazia  parte do círculo de oração e sempre estava  presente  nas vigílias. Foi  uma pregadora de “mão cheia”;  segundo meus critérios uma das melhores que surgiram em Belém. Por várias vezes no pastorado do saudoso pr.Alcebíades P. Vasconcelos, ela era  convidada para ser a pregadora em  encerramentos de congressos de mocidade, quer em  praças públicas ou Igreja. Louvo a Deus pela companheira que Ele me deu pois ela foi sempre de grande ajuda, tanto no meu crescimento espiritual como durante todo o meu ministérioJuntos e somente juntos, pudemos realizar a obra que Deus tinha para  fazer  através das nossas vidas.
3– A PRIMEIRA E.B.F. (ESCOLA BÍBLICA DE
                        FÉRIAS) EM BELÉM

A primeira E.B.F. em Belém foi realizada na Congregação de José Bonifácio no ano de 1969. O dirigente da Congregação era o Presbítero Pedro Pereira da Silva e a organizadora deste evendo foi a minha esposa, irmã Rosa Maria de Jesus Ferreira Cunha. Nesta E.B.F., aconteceu algo interessante. Pela primeira vez em Belém foi usado o recurso audio-visual através de flanelógrafo, o que naquela época era quase um pecado. O nosso pastor presidente esteve no encerramento, e no pulpito houve um ligeiro descontentamento com um outro pastor que apoiava plenamente aquele tipo de trabalho, visto que a sua origem era batista. Não obstante aquele ligeiro percanse, louvamos a Deus pelo resultado daquela E.B.F. Foram várias as crianças que aceitaram a Cristo e 32 foram batizadas no Espírito Santo. Glórias a Deus!
Em uma manhã aconteceu algo maravilhoso. Uma senhora que era batista tradicional, veio buscar a sua netinha que participava da E.B.F. Na oração final, houve uma manifestação muito grande do poder de Deus e Jesus batizou com o Espírito Santo aquela menina deixando a mulher muito assustada. Quando ouviu a criança falar em línguas, cheia do poder de Deus, ela começou a chorar e dentro de poucos instantes ela também foi  batizada e curada de um nódolo (canceroso) no seio.  Louvado seja Deus!!!
Esta senhora era a genitora de um pastor batista em Santarém com quem  vivia, e chorando dizia: “Como vou contar ao meu filho, ele ensina contra os pentecostais, porém… eu estou curada!!!

4 – A CHAMADA PARA O MINISTÉRIO

Quando falei à Rosinha dos meus sentimentos por ela, me disse: “ Só me casarei com um jovem que tenha a mesma chamada que eu tenho”. logo fiquei sabendo a sua história.

Ela tinha apenas 12 anos de idade quando adoeceu gravemente. Sua mãe estava durante toda a noite à beira de sua cama temendo que a qualquer hora ela pudesse passar para o Senhor. Em um certo momento  Rosinha teve a seguinte visão: Ela tinha sido transportada a um lugar até então desconhecido para ela. Estava diante de uma grande multidão de pessoas tristes, acabrunhadas e famintas, suas vestiduras eram coloridas e carregavam seus filhos nas costas. De repente uma pessoa tomou uma cesta cheia de pães, colocou no seu braço e disse-lhe: “Alimenta este povo”. O povo recebia os pães de bom grado, e quando levavam aquele alimento à boca, ela podia observar que os pães se transformavam em folhetos bíblicos, e que eles comiam com alegria. Observava também a mudança nos seus rostos e um novo sorriso que brotava nos seus lábios. Foi uma grande experiência que ela viveu.

Desde os meus primeiros dias de fé comecei a sentir o ardente desejo de ocupar-me mais e mais na obra de Deus. Não podia ouvir falar de missões sem chorar. Me apaixonei pela obra missionária na Africa; escrevia e mantinha correspondências com missionários em Moçambique e Madagascar. Comecei a ter certeza da minha vocação missionária.

            No ano de 1970, o nosso pastor Firmino Gouveia lançou um desafio na Igreja: orar para que Deus levantasse 10 casais de jovens, chamados por Deus, para ir aos sertões do Piauí como evangelistas. Dentro de poucos dias havia 9 casais,de jovens, chamados por Deus, para ir aos sertões do Piauí como evangelistas. Dentro de poucos dias havia 9 casais, irmãos que estavam deixando trabalhos, alguns a universidade, enfim, tudo para atender o chamado de Deus. Eu chorava desejando também ir. Estava disposto a deixar tudo, porém ainda não era batizado no Espírito Santo e consequentemente, não preparado para tal responsabilidade. Os dias estavam passando, os nove casais se preparavan para a viagem e o décimo casal ainda faltava. Um dia, já quase às vésperas da viagem, cheguei na Igreja vindo diretamente do meu trabalho, um pouco atrasado.O pastor  Firmino estava pregando. E como havia umas duas mil pessoas no templo, fiquei bem distante, junto à porta. De repente ele começou a falar sobre o casal que faltava e disse: “Eu creio que o candidato está aqui. Se falta alguma coisa, peça para Deus. Faça como fez Jacó, lute com o anjo, não o solte enquanto não fores abençoado”. Eu me contorcia todo no banco, sabia que Deus falava comigo. Então disse para minha esposa: “Após o culto vou para a Congregação de Barão de Igarapé-merim, vou ficar dentro da congregação orando e não vou sair enquanto não for batizado no Espírito Santo”, ela disse: “Eu vou com você” (Por isso digo sempre que ela é minha fiel companheira.)

            Eram 22 horas aproximadamente. O casal de zeladores da Igreja quis nos acompanhar. Começamos a orar com grande determinação e não foi necessário muito tempo. As 2 horas e trinta minutos graças a Deus, fui batizado no Espírito Santo.Saímos pelas ruas, de madrugada, quase “explodindo” de alegria, falando em línguas, abraçados e envolvidos por tão grande poder. A notícia se espalhou na Igreja e, quando chegamos para o culto à noite, o pastor Firmino já sabia. Naquela mesma noite no culto de encerramento de um Congresso de Jovens, no mês de julho de 1969, fui apresentado e consagrado a Evangelista. 

3º CAPÍTULO




SEXTA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 2010


OS SERTÕES DO PIAUÍ E SEUS DESAFIOS


1 - AS  PRIMEIRAS EXPERIENCIAS MINISTERIAIS
Inezilo e Rosa Maria decididos a deixar tudo para atender o chamado do Mestre.
No mês de setembro já tínhamos deixado os nossos trabalhos. O Reitor da Universidade Federal do Pará, Dr. José Silveira Neto, lutou muito para tirar da nossa cabeça o pedido de demissão. Dizia: “Quantos gostariam de ter um emprego como este, você já galgou esta posição, pense no seu futuro não deixe que o fanatismo religioso venha trazer consequências desagradáveis”. Depois que eles viram a nossa convicção, me fizeram outra proposta: “Não vamos dar sua demissão e sim uma licença de dois anos sem vencimento, durante este tempo você poderá voltar quando quiser”. Eu agradeci, porém deixei claro que tinha uma convocação de Deus para um ministério por tempo indeterminado.


Os 10 casais de Evangelistas no aeroporto de Belém. O pastor Paulo (centro) ao lado do Pastor Firmino Gouveia, veio pessoalmente para receber os missionário e acompanha-los até Teresina - PI.

Recebi a minha demissão voluntária, carta de elogios e uma medalha de bronze.  Naquele mesmo mês, em um vôo da Vasp, às 10 famílias deixaram Belém rumo aos sertões do Piauí, onde a minha esposa e eu vivemos nossas primeiras experiências no campo missionário. 


Foram dois anos de grandes experiências com Deus e com a sua obra. Nesse tempo aprendemos a conhecer melhor o nosso querido Jesus. O nosso primeiro campo foi no extremo sul do Estado, Monte Alegre do Piauí, cidade a mais de 1000 kms de Teresina, com uns 15.000 habitantes aproximadamente. Era rodeada por outros povoados, não havia asfalto, água encanada, luz elétrica, etc. As estradas eram muito precárias, o correio vinha em costa de jumento desde a cidadede Bom Jesus. Era uma região muito pobre não obstante ter sido uma região de garimpo. Foi a essa mesma cidade que o Senhor nos enviou para pregar o Evangelho.
No dia em que chegamos ali, acompanhados pelo Pastor Paulo Belisário ( pastor presidente da Igreja Assembléia de Deus em Teresina e presidente da Convenção Estadual), depois de 3 dias de viagem em um pequeno Jeep da Willys, fomos para um modesto alojamento. Descansamos um pouco e  quando escureceu fizemos uma iluminação à luz de bateria, em frente ao alojamento. Funcionamos o alto-falante, colocamos alguns hinos de louvor e logo fizemos o convite ao povo do lugar para uma concentração evangelística. Imaginem uma cidade pequena onde nada acontece e o povo quer novidade. Dentro de poucos minutos ali estava uma grande multidão; até o padre da cidade se aproximou para ouvir e saber o que estava acontecendo. Falamos da razão da nossa presença ali, pregamos o Evangelho e ao fazermos o convite, o Senhor, para confirmar a nossa estadia naquela pequena cidade, salvou 100 pessoas, isto é, foi o tanto de pessoas que pudemos anotar.
No dia seguinte, o pastor Paulo e seu companheiro regressaram e nós, a minha esposa e eu, ficamos naquele lugar tão pobre, árido e triste.

 Conseguimos uma casa e o salão de culto de uma mesma pessoa. A casa não tinha reboco, o piso era de aterro bruto, o fogão era três pedras no chão, a cama era bem curtinha e ainda por cima com um colchão de folhas de banana seca que fazia um tremendo ruído. Assim começou a nossa primeira prova, mas estávamos felizes. Sabíamos que mesmo naquela pobre barraca o Senhor estava conosco e sabíamos também que aquilo era somente o começo.

 A nossa ajuda econômica vinha de Belém para Teresina e de Teresina era enviada a nós. Era o equivalente a um salário mínimo. Dele tínhamos que pagar o aluguel da casa e do salão de culto, o restante seria para nossa manutenção. Por falta de transporte, o correio não chegava e o tão esperado vale postal, claro, não podia chegar. Certa vez, esse problema durou três meses e quem “penou” fomos nós sem receber a nossa ajuda. O povo da cidade pensava que nós ganhávamos muito bem, eles diziam: “ Para vir de onde vocês vieram para este “fim de mundo”, somente por muito dinheiro!”. Os irmãos novos convertidos eram pessoas simples e humildes economicamente, por isso na hora de servir ao Senhor com as ofertas, dificilmente um irmão tinha uma moeda para colocar na salva.

2 - OUTROS MILAGRES ALÉM DA SALVAÇÃO

Deus começou a fazer uma série de milagres naquela pequena cidade além do grande milagre da salvação.  Certo dia, não tínhamos absolutamente nada dentro de casa e na noite desse mesmo dia tivemos um grande culto ao ar livre, onde várias pessoas aceitaram a Jesus Cristo. No final da reunião, uma senhora chamou minha esposa e disse: “ Senhora Rosa, a senhora não me conhece, eu sou a esposa do diretor dos Correios e como aqui quase não se encontra nada para se comprar e nós recebemos tudo pelo correio, hoje na hora do almoço senti desejo de trazer-lhes uma “feirinha”; a senhora aceita?” Quando a minha esposa disse sim, ela entrou na casa do vizinho e de lá retirou uma grande cesta completa, não havíamos visto antes tanta fartura naquele lugar.

Outro fato interesante aconteceu depois de ter feito uma viagem de 16 kms na companhia do irmão Zeca Folha. Fomos dirigir um culto na cidade de Gilbués e quando retornamos à casa, por volta das 2 horas da manhã, fomos orar para poder dormir. Naquela oração, sem voz audível para que o irmão que estava também de joelhos orando perto de mim não ouvisse, falei a Deus o seguinte: “Senhor, tu sabes que dentro de casa não tem  nem fósforo  para acender o fogo no dia seguinte. Tenha misericórdia!”.

No dia seguinte às 8 horas da manhã, quando levantei-me, o irmão Zeca Folha estava encostado em seu cavalo arreado. Ele deveria ter viajado às 7 horas, porém a cada investida que fazia, ouvia uma voz: “Entrega o dinheiro que tens ao pastor”. Ele, emocionado, me disse: “Pastor, não sei se o irmão está necessitanto de dinheiro, porém Deus manda lhe entregar tudo quanto tenho.” Eram dez cruzeiros. Não era muito mas foi o suficiente para suprir aquela necessidade.

3- QUANDO CHEGOU O VELHO AVIÃO DA FAB
Um dia ouvimos o barulho que há muito não ouvíamos: eram os motores do velho DC-3 da FAB, que sempre que estava em condições, sobrevoava toda aquela região levando provisões, e na medida do possível, atendia àquelas listas tão grandes de pessoas, que às vezes ficavam até6meses esperando a sua  oportunidade para fazer uma dessas viagens, pois aquele era o único meio de transporte para vários povoados naquela região. Bem, naquele dia chegou, nesse vôo, uma família para nos visitar. Era o meu con-cunhado, pastor Gabriel Chagas, sua esposa irmã Francisca Ferreira Chagas (repousa no Senhor), irmã de minha esposa e seus primeiros dois filhos, Ismael e Lilian. Eles   estavam isolados em uma cidade bem distante(SantaFilomena), sem dinheiro, passando grandes dificuldades e aproveitaram aquele vôo gratuito para estar conosco e de alguma maneira fugir daquela crise. O que eles não sabiam era que nós tambem estávamos na mesma condição.
           
            Eram 8.30 da manhã, nos sentamos à mesa e só tinhamos para oferecer um chá de folhas de abacate adoçado com rapadura e uma tijelinha com um pouco de farinha seca, nada mais. Iniciamos o culto doméstico, cantamos, lemos a palavra de Deus e logo começamos a orar. de repente alguém bateu na porta, era uma menina que estava somente de sainha. Ela com um sorriso, disse: “Isto é pra vocês.” Era um embrulho contendo seis ovos. Eu disse: “Oh, maravilha! Chegou o almoço!” Minha esposa retrucou: “Almoço nada, isto é para o café da manhã”. Cozinhou os ovos e agora tínhamos o que comer com a farinha seca e o chá de folhas de abacate. Depois desta primeira alimentação em grata companhia, cantamos mais um hino e fomos agradecer a Deus pela primeira provisão do dia. antes de terminar a oração, novamente bateram na porta. Desta vez, era a irmã Berenice trazendo o nosso almoço, um frango já preparado! Deveríamos somente levar ao fogo. Assim, a cada dia, Deus supria as nossas necessidades.
Para atravessar os rios que cruzavam a estrada, era nescessário tirar a bagagem do carro e carregar no ombro, depois "encaretar" o Jeep para poder atravessar o rio. Emcaretar é primeiro: tirar a correia da ventoina, isolar os cabos do distribuidos e bobina, em seguida colocar uma lona amarrada na frente do carro e passar com a velocidade mais alta possível. Alguns lugares a onda dágua chegava ao meio do parabrisa dianteiro.


Em um momento de descanso, minha esposa e eu juntamente com o Pastor Paulo Belizário de Carvalho aproveitamos para fazer um lanche.

 4 - O CAVALO ESQUIPADOR E O  O BURRO
QUE DEUS AMANSOU!

O dono do cartório da  cidade, sr. Santora, cuja esposa já tinha aceitado a Jesus, irmã Berenice, me deu um cavalo para que usasse como meio de transporte. O cavalo era uma beleza, além de manso era um bom “esquipador”, realmente fazia inveja para qualquer pessoa que conhece este tipo de aninal marchador. Com aquele cavalo, minha esposa e eu fizemos muitas viagens evangelizando e ganhando muitas almas para Jesus.

Um belo dia, o sr. Santora chega a mim e diz: “Pastor, eu vou precisar do cavalo, mas lhe dou um burro novo muito bonito em lugar do cavalo”. No dia seguinte, alí estava aquele formoso burro, linda estampa. Naquele mesmo dia eu deveria fazer uma viagem de 12 kms para dirigir um culto. Quando me aproximei do animal pude observar como ele era bravo.Então os vizinhos se aproximaram de mim e disseram: “Pastor, este animal é uma féra, ninguem aqui tem coragem de montar. Ele foi vendido baratíssimo ao Santora porque ninguem pode domá-lo; para colocar a cela é preciso amarrar as suas pernas  e a cabeça junto a uma árvore; quando está caminhando por uma estrada e ouve o barulho de um carro ou mesmo de um passarinho que tranquilamente voa, sai em disparada para a caatinga. Por favor, pastor, não aceite este  animal. Não monte nele porque pode ser muito perigoso!”

 Eram 2 horas da tarde e eu precisava viajar pois os irmãos me esperavam para o culto, não tinha outro meio. O dito Santora já não se encontrava na cidade. De repente, senti como se alguém me dissesse: “O teu Deus é o mesmo de Daniel!” Eu simplesmente repeti  estas palavras à minha esposa que estava muito nervosa e preocupada ao lado de alguns vizinhos que rogavam para eu não montar aquele animal: “O meu Deus é o mesmo Deus de Daniel! Assim como Ele amansou aqueles leões, amansará também este animal”. Deus me deu coragem, montei e parti por uma estrada deserta, percorri 12 km.  até chegar na casa do irmão Zeca Folha, onde seria o culto. Quando o Zeca viu aquele burro, deu um grito assustado: “Pastor, o senhor é feiticeiro!” Eu fiquei mais assustado que ele. Não sabia o que estava querendo dizer com aquilo mas logo ele explicou: “Este animal vivia, até a semana passada, em uma fazenda aqui ao lado. Nenhum vaqueiro na região tem coragem de montá-lo. Agora você chega aqui e tira a cela desta fera de forma tão normal! Soltei o animal para pastar e no dia seguinte agarrei-o com a maior naturalidade, sendo que antes só era pego no laço. Este foi mais um milagre que todo o povo do lugar tomou conhecimento. Somos gratos a Deus, pelos feitos grandes e pequenos que aconteceram na nossa vida. Glorias a Deus! 


5 - A GRANDE SECA NA REGIÃO

Fazia três anos que não chovia naquela região. Tudo estava tão seco! O povo sempre esperava que a chuva chegasse. Naquele ano, o povo tinha plantado milho e outras coisas na esperança da chuva, mas não havia nem sinal. Um dia, eu estava na Igreja com minha esposa, quando chegaram alguns homens, cada um com o seu facão, o famoso “rabo de galo” atravessado na cintura e disseram: “Pastor, nós ouvimos dizer que o senhor ora e acontece milagre, pois então o senhor vai orar agora para que chova, senão a gente vai morrer de fome este ano”. Misericórdia! Falamos primeiramente do poder de Deus e logo fizemos uma oração pedindo chuva. A misericórdia de Deus foi tão grande que ao anoitecer caiu um grande temporal, e choveu vários dias. Em um desses dias chuvosos chegou uma pessoa em casa e nos disse: “Eu soube que está chovendo porque vocês oraram, então vim pedir para que orem para parar de chover porque está inundando o meu  roçado de mandioca e cana e vai estragar tudo se a chuva não parar”.Este homem se chamava José (Zezinho). Vendo as maravilhas que o Senhor fizera, aceitou a Jesus como seu Salvador! Glórias ao nosso bom Deus!

6 - O TRABALHO EM BOQUEIRÃO

 

BOQUEIRÃO ERA UM POVOADO DO MUNICÍPIO DE GILBUÉS QUE DISTAVA 16 KMS DE MONTE ALEGRE. CERTO DIA SENTIMOS A ORIENTAÇÃO DE DEUS PARA VISITAR AQUELE LUGAR; SABÍAMOS QUE NÃO HAVIA NENHUM CONHECIMENTO DO EVANGELHO NAQUELA REGIÃO. ARREAMOS O NOSSO BURRO E NA MESMA CAVALGADURA, MINHA ESPOSA E EU, PARTIMOS PARA AQUELA VIAGEM. TÍNHAMOS QUE PERCORRER CAMINHOS DIFÍCEIS, POR ALGUMAS VEZES NOS PERDEMOS NA CAATINGA; NÃO HAVIA A QUEM PEDIR ALGUMA INFORMAÇÃO, PORÉM DEUS NOS DEU TINO PARA ENCONTRAR O CAMINHO QUE NOS LEVARIA ÀQUELE LUGAR.

QUANDO ESTÁVAMOS NOS APROXIMANDO, JÁ AO ENTARDECER DAQUELE DIA, NOS DEMOS CONTA QUE IRÍAMOS PERNOITAR EM UM LUGAR DESCONHECIDO E NÃO TÍNHAMOS UM CENTAVO NO BOLSO. MINHA ESPOSA COMEÇOU A RECITAR O SALMO 23 E DESSA MANEIRA ENTRAMOS EM BOQUEIRÃO. DEMOS ALGUMAS VOLTAS EM TORNO DA PRAÇA PRINCIPAL; TODO MUNDO NOS OLHAVA COMO QUE QUERENDO SABER DE ONDE VÍNHAMOS E O QUE QUERÍAMOS. PAREI JUNTO A UM JOVEM E LHE PERGUNTEI SE ALI HAVIA ALGUMA IGREJA EVANGÉLICA E ELE ME RESPONDEU: “ ALÍ ESTÁ A IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO.” PUDEMOS OBSERVAR ENTÃO QUE O RAPAZ NÃO SABIA NEM MESMO O QUE SIGNIFICAVA AQUELA PALAVRA. CONTINUAMOS CAMINHANDO SEM RUMO, ATÉ QUE O SENHOR NOS GUIOU ATÉ UMA SENHORA ANCIÃ QUE HÁ VÁRIOS ANOS ATRÁS TINHA ACEITADO A JESUS EM BRASÍLIA, CAPITAL DO PAÍS, QUANDO FOI FAZER UM TRATAMENTO DE SAÚDE. PORÉM,  COITADINHA, SEM QUALQUER ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL, CLARO, FUMAVA E BEBIA.


Essa senhora nos recebeu com muita alegria e logo observamos um letreiro que dizia “Pensão da dona Maria”. Ficamos preocupados porque não tínhamos dinheiro para pagar a pensão. Naquele suspense a senhora nos disse que tinha uma pensão. Como dificilmente chegava alguém ali, ela tinha fechado o negócio e acrescentou que deveríamos ficar tranquilos porque não ia nos faltar nada e nem ia cobrar a nossa estadia. Ela mesma tirou a cela do nosso animal e o levou para uma pastagem privada. Quando retornou disse-me: “ O seu animal está muito bem, você vai pagar apenas um cruzeiro pela noite.  Pensei: “Meu Deus, onde vou conseguir um cruzeiro?

 Minha esposa foi para a cozinha com aquela senhora para ajudar a matar o frango e preparar a janta; eu fiquei na sala lutando com Deus. Comecei a questionar; “ Senhor, quando estava em Belém como funcionário da Universidade nunca me faltou dinheiro no bolso; agora não tenho um cruzeiro para pagar a pastagem deste animal”. Naquele momento senti que uma forte mão tomou a minha e a levou em direção ao bolso da minha camisa onde estava um porta documentos. Tirei do bolso, abri e lá estava aquela nota de um cruzeiro que eu estava precisando, bem nova, como se tivesse saído do Banco Central naquele momento. Comecei a chorar sem poder me conter então, corri para o quintal e ali louvei e agradeci a Deus. Minha esposa me observou de longe, veio ao meu encontro e juntos louvamos ao Senhor. Milagre de Deus! Fazia mais de três meses que não recebíamos nossa ajuda, algumas vezes revirávamos nossas bolsas, livros e bolsos de paletó em busca de uma moeda esquecida e não encontrávamos nada. No momento certo Deus supria todas as nossas necessidades. Aleluia!


7 - O POVOADO CHAMADO LARANJEIRA
           
            Distante 7 kms da cidade de Monte Alegre, era um pequeno povoado que teve o privilégio de ouvir a mensagem gloriosa do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Muitas famílias daquele lugar entregaram-se a Cristo faltando a senhora Joaninha, que era a líder religiosa daquele lugar. Na sua casa havia um grande salão com o oratório cheio de “santos” e todas as semanas havia a famosa ladainha. O problema era que a cada dia ela perdia a clientela, o povo todo estava aceitando a Jesus.

Os irmãos novos convertidos, depois de ouvirem  o som de uma corneta feita de chifre de boi, se ajuntavam em um determinado lugar para  juntos irem a Igreja. Eles faziam questão de passar na frente da casa da Dona  Joaninha cantando um corinho bem alegre. Por sua vez a Dona Joaninha ficava muito brava e durante o tempo em que  eles estavam passando, ela ficava batendo no fundo de uma  lata para não ouvir o cântico dos crentes.

            Certo dia, havia um culto próximo à casa daquela senhora. Minha esposa e eu, montados em um cavalo, paramos à porta de sua casa. Aquela mulher ficou um tanto assustada porém nos recebeu muito bem. Ela  estava arrumando o oratório. Eu me aproximei e com respeito àquela senhora, observava o seu trabalho e começei a elogiá-la pelo seu senso religioso. Ela me perguntou se eu acreditava nos santos, eu lhe disse que sim e que a Bíblia estava cheia de palavras de santos. Ela ficou contentissima e me fez outra pergunta: “Mas o senhor acredita em Maria?” Eu lhe confirmei que sim, e mostrei-lhe palavras de Maria na Bíblia: “Fazei tudo quanto ele vos disser”.  Conclusão, saímos juntos com aquela senhora para o culto, e na hora do convite foi a primeira que aceitou a Jesus! A irmã Joaninha, depois de liberta da idolatria, da bebida alcoólica e do cachimbo, experimentou o gozo inexplicável da salvação. Em todos os cultos ela estava chorando. Ficou conhecida como a “irmã chorona”.

 Certa feita, brincando, eu lhe disse: “Vejo que a irmã chora em todos os cultos, caso esteja arrependida de ser crente, a irmã pode deixar”. Ela me respondeu: “Realmente o meu choro, pastor, é de arrependimento. Porém, de ter perdido tanto  tempo cultuando deuses sem vida, batendo no fundo de uma lata para não ouvir os coros que os irmãos cantavam quando passavam em frente à minha casa.”
Grupo de irmãos todos novos convertidos em frente ao salão de culto em Monte alegre - PI. A esquerda está o casal de missionários Inezilo e Rosinha.